terça-feira, fevereiro 07, 2006

Vida passageira ... saudades André Felipe

"A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos"
Mário Quintana
Difícil é ter este entendimento da vida quando ela nos arranca alguém tão querido. Hoje, pela primeira vez pude assistir uma reunião de jornalistas mudos. Sim, isso mesmo, profissionais da comunicação calados, apenas afogados em tantas lágrimas. Com certeza se faziam milhares de perguntas. Um crime estúpido, brutal, cruel, ridículo, tirou de nós um amigo querido, alegria em pessoa, sorriso de menino arteiro. A falta de amor ao próximo nos calou, tomou de nós o amigo, o filho, o irmão, André Felipe. Todos calados, não tinha o que dizer diante desta notícia. A morte! Perceber que aquela pessoa nunca mais irá voltar, nunca mais irá sorrir. André foi tão cedo, como tantos outros jovens que perdem a vida todos os dias. Hoje percebi como somos egoístas. Apenas notamos isso quando é com a gente que acontece. Quantos, meu Deus, quantos e quantos pais perdem seus pedaços por conta da maldade alheia, quantas pessoas sofrem a dor de perder alguém assim ... Hoje foi o André, amanhã, quem sabe ...
E o que podemos fazer? Nada? Não sei! Me sinto impotente diante do desconhecido, me sinto fraca, triste ... O silêncio dos jornalistas na manhã de hoje incomodou meus ouvidos, me deixou irritada, mas fazer o que?
Justiça ... justiça ... justiça ...
É o clamor que se podia ouvir no silêncio dos amigos e familiares do André. Este crime não pode e não deve ficar impune. A dor da perda nunca vai melhorar, nunca vai passar. Essa é uma ferida que vai estar aberta sempre, mas os culpados precisam pagar.
E é isso que fica pra hoje, o desejo de paz e justiça.
Ai André, onde quer que você esteja meu amigo, esteja em paz ...
Aqui vai ficar a alegria deste teu sorriso,
Aqui vai ficar a certeza de que, da vida apenas isso levamos, ou deixamos, a beleza de um sorriso sincero, o carinho de um amigo ... e nada mais ...
Esteja em paz amigo!

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